sábado, 4 de abril de 2009

Como fazer um post experimental, cult, pseudointelectual

Minha vida de pseudocult de boshta... tem me presenteado com grandes pérolas - tanto boas, como más. Deixo vocês com a indicação de filmes MUITO bons... e outros dois, nem tanto - claro que você pode ser mais indie do que eu, e gostar. Três deles ainda estão no circuito de festivais... mas néam... vai que aparece aí do seu lado e você deixa passar. Assiste todos pra gente poder falar mal juntos... hohoho

Eu assistiria de novo:

- "35 doses" ("35 rhums", de Claire Denis)



- Papaizinho... Papaizinho...

Confiem mais no título original da obra da cultuada cineasta francesa a gente jura de pé-junto que ela é alguém na noite!, porque a tradução é minha! Além de adorar fazer tradutores passarem vexame públicamente em festivais - um dia te conto menina... -, a mulher dessa vez conseguiu fazer um filme lindo e acessível, inspirado na relação entre a mãe e o vô brasileiro da diretora. A histórinha é capaz de fazer público da sessão da tarde chorar, e sem deixar o filme cair no clichê.
Classificação: Muito fofo.

- "A Doméstica" ("La Nana", de Sebastian Silva)

- Ninguém vai roubar o MEU lugar...

Este já passou pelo Brasil, e o título ficou assim mesmo. O filme chileno que ganhou o prêmio de Melhor Filme Dramático Internacional, no Festival de Sundance, conta com a interpretação ultramegarealista de Catalina Saavedra - e faz a gente jurar pela própria mãe que vê um reality show. O grande feito é que consegue fazer humor mostrando o cotidiano de uma empregada doméstica já um pouquinho psicótica piradinha.
Classificação: "Pequena Miss Sunshine" latino.

Já os outros dois:


- "O Arco-íris" ("The Rainbow", 1989, de Ken Russel)





Dos mesmos criadores de "Mulher Apaixonada", a emocionante história de uma mulher que lutou por sua liberdade... e liberou geral.


Você está sentado com a sua vó, e começa a ver um filme de um pai cavalgando com a filhinha em um cavalinho de pau. Você até acha a cena um pouco erótica pedofilia pride, mas aquela luz poética que invade a janela do canto da cena te faz querer se desculpar por tamanha difamação. Então, a história continua e você vê um inglesinha do início do século XX, falando umas coisa BEM safadinhas - coincidentemente... É a menininha que cresceu. De repente, todo mundo no filme descamba para o mesmo lado e aí... a coisa é explicitamente sexo. Então... com o tradicional teor... herm... erótico, o filme do polêmico diretor britânico não é exatamente um clássico para o "Cine Privê" da Band (eu tenho irmão homem...), mas chega a ser muita pretensão a tentativa de conotar um sentido sexual em todo e qualquer dialogo.
Classificação: Tire a vovó da sala

-"Singularidades de uma rapariga Loura" ("Singularidades de uma rapariga Loura", 2008, Manoel de Oliveira)

Baseado no conto de Eça de Queiróz (o Machado de Assis portuga), o filme é a realização mais recente do cineasta português já com os seus 100 aninhos. Ainda que tenha o protagonista lindão, netinho do diretor... Que senhor Oliveira tenha cruzado com Chaplin em algum festival desse mundão de deus...brincaderinha!, mas esse filme acaba com a libido cult de qualquer um. Imagine um senhor centagenário, que tenta adaptar de forma meique-realista-meique-fantástica uma obra do fim do século XIX para os dias atuais - querendo inclusive, manter os mesmo diálogos... - só conseguiu criar um samba do crioulo doido. Sou mais Luiz Fernando Carvalho.
Classificação: Sai do cinema e vai ler um livro


E o nome dele é Ricardo Trêpa, minha geeeeeeente.